O futuro não vem do amanhã em rota de colisão com o hoje. Nós é que vamos ao futuro, ou melhor, vamos construindo o futuro. Cada decisão e escolha é um tijolinho nesta casa feita de tempo em que habitamos. Não sou determinista, isto é, não creio que a vida seja um jogo de cartas marcadas, ou que tudo o que irá acontecer esteja previamente determinado. Não vejo a liberdade como uma ilusão ou brincadeira de mal gosto de um deus manipulador. Também não sou fatalista, isto é, não creio que as coisas acontecem porque tinham que acontecer. Na verdade, creio no oposto: a história é feita de muita coisa que jamais deveria ter acontecido. O pessimismo também não faz parte da minha vida, pois não acredito que o mundo seja um lugar ruim ou que a vida não tenha valor, ou ainda que o mal prevaleça sobre o bem. Mas também não sou otimista. Não vivo na ilha da fantasia, acreditando que "tudo" dá certo "sempre" (onde dar certo é igual a acontecer como desejamos). Não creio estar vivendo no melhor mundo possível. Como cristão creio na possibilidade de fazer história. Creio assim porque aprendi que Deus um dia me chamará para prestar contas: "todos nós temos de nos apresentar diante de Cristo para sermos julgados por ele. E cada um vai receber o que merece, de acordo com o que fez de bom ou de mal na sua vida aqui na terra" (2Corintios 5.10 - BLH). Deus me atribui responsabilidade moral. Deus espera que eu seja capaz de responder à vida com dignidade. O direito de viver implica responsabilidade. Estas compreensões, de que o futuro não está pronto, mas é construído com minhas escolhas e decisões morais, não me isentam das surpresas imponderáveis da existência, mas devem ser suficientes para me colocar de prontidão, em busca de sabedoria, de tal modo que consiga caminhar em direção do céu baseado nas probabilidades e possibilidades, e não nas exceções ou acontecimentos indesejados: "quem fica esperando que o vento mude e que o tempo fique bom nunca plantará, nem colherá nada" (Eclesiastes 11.4). Quero gritar. Protestar. Decidir. Preciso levantar-me da poltrona. Escapar do sofá. Fazer alguma coisa. Preciso de sabedoria de Deus (Tiago 1.5). Preciso consagrar a Deus todos os meus planos (Provérbios 16.1-3,9). Devo prestar atenção e ver o que Deus está fazendo (João 5.19). Depois, arregaçar as mangas e mãos à obra. Devo ser mais do que simplesmente, um membro de uma determinada igreja e preciso ser um cooperador com Deus. Devo submeter minha história à história do reino de Deus, pois Ele deseja dar a todos um futuro de paz e esperança.
Este texto foi adaptado a minha realidade (Extraído de Edição Pastoral - Ed René Kivitz)
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